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A primeira filósofa, astrônoma e matemática da história: Hypatia de Alexandria! Mulheres Pioneiras
A Terra gira em torno do Sol?, uma pergunta muito ousada!
Hypatia: considerada por historiadores como a primeira filósofa, matemática e astrônoma que se tem notícias, desafiando as regras do seu tempo, levou uma vida dedicada aos estudos, às pesquisas e ao magistério. Num universo totalmente masculino, ensinou no Museu de Alexandria e tornou-se chefe da Escola Neoplatônica, por volta de 400 dC.
Em sua época, entre 355 e 415 d.C. (aproximadamente), Hypatia era conhecida como a melhor e mais avançada “pensadora”, filósofa neoplatônica, abordando temas referentes à matemática e astronomia de forma compreensível a todos e estimulando debates acalorados sobre a dinâmica do Universo, sobre o Sol e o movimento dos planetas.
Hypatia de Alexandria foi a primeira mulher a fazer uma contribuição substancial para o desenvolvimento da matemática, especialmente ao criar soluções sobre as propriedades das formas geométricas e suas relações.
Lembrando que, neste período, uma das teorias mais ousadas em discussão relacionava-se com a recém-lançada hipótese de que a Terra girava em torno do Sol e a grande questão a ser desvendada era: “se a Terra gira em círculos em torno do Sol, porque o Sol se aproxima e se distancia da Terra, gerando as quatro estações do ano?“.
Questão tão básica para nós. Mas, para os idos anos 300-400 d.C., este tema era avançadíssimo, responsável por diversas polêmicas e estava no auge.
Neste período, os estudiosos e pesquisadores contavam apenas com cálculos, raciocínio e certa ousadia intelectual, uma vez que não haviam instrumentos de observação astronômica que pudessem lhes trazer respostas precisas.
Hypatia como pesquisadora e inventora de instrumentos científicos
Hypatia especializou-se no estudo dos números e das propriedades geométricas do círculo, dividiu cones em seções e fez com que a geometria se tornasse inteligível para seus alunos e, finalmente, transmissível para o mundo moderno. Alguns historiadores afirmam que ela foi a primeira estudiosa em astronomia e geometria a levantar a hipótese de que o movimento da Terra em torno do Sol não seria em círculos, mas em elípticas.
Jovens de diversas localidades mudavam-se para Alexandria apenas para estudar com Hypatia. Homens se aglomeravam para ouvir suas ideias. Ensinou os princípios neoplatônicos para pagãos e cristãos.
Um dos seus alunos foi o notável filósofo Sinésio de Cirene, com o qual mantinha frequente correspondência. E a partir de debates com Sinésio, Hypatia refinou a teoria sobre a Trindade.
Muito do que se sabe sobre ela, se deve às cartas entre Hypatia e Sinésio.
Através destas cartas, sabe-se que Hypatia desenvolveu alguns instrumentos usados ainda hoje na Física e na Astronomia, entre os quais o hidrômetro – instrumento para determinação do peso específico dos líquidos – e o astrolábio plano – dispositivo usado não apenas para estudar a astronomia, mas também para fazer cálculos de navegação.
Hypatia também desenvolveu um planisfério próprio, conforme mostro na imagem.
Alexandria: importante centro cultural e intelectual
Hypatia viveu os últimos e tumultuados momentos de Alexandria como um grande centro da vida intelectual e cultural, presenciou o último incêndio da Biblioteca de Alexandria e posterior destruição do que restou dela, quando todas as suas obras foram perdidas.
O que se sabe atualmente sobre as ideias de Hypatia estão em relatórios e obras de seus contemporâneos e em cartas que ela trocava com seus alunos.
Conhecida entre os gregos como “A Filósofa“, escreveram sobre ela: “Havia em Alexandria uma mulher chamada Hypatia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe para receber seus ensinamentos.”
Contam-se que Hypatia não usava roupas femininas e vestia-se com a dignidade de um professor. Além disso, dirigia seu próprio carro, ao contrário da norma para o comportamento do público feminino.
Hypátia, acusada de herege, recusa-se a converter-se ao cristianismo
Hypatia estudou com seu pai, o matemático Theon de Alexandria, Chefe do Museu de Alexandria, ele próprio dono de ideias tão avançadas a ponto de apoiar totalmente a sua filha numa carreira tipicamente masculina” e ainda permitiu que ela permanecesse solteira, “livre dos mandos masculinos para seguir seus dons e expressar sua inteligência”, como ele mesmo dizia – segundo relatos.
Hypatia exerceu considerável influência política na cidade.
Orestes, o governador de Alexandria, foi seu aluno e, como Hypatia, era um pagão (não-cristãos). Este, em constante conflito com os bispos cristãos de Alexandria, aconselhava-se com Hypatia, fato que acabou envolvendo-a em disputas político-religiosas.
Hypatia viveu num momento muito conturbado para Alexandria, pois neste período o cristianismo crescia e diversos grupos de fanáticos cristãos desejavam domínio sobre as outras religiões. No início da década de 390, motins – especialmente contra judeus e pagãos – eclodiam com frequência na cidade.
Pagãos eram forçados a se converterem ao cristianismo. Judeus foram expulsos da cidade. E Hypatia, recusando-se a converter-se, assim como também fez Orestes, seu amigo e governador, foi envolvida em boatos políticos e acusada de herege, uma “bruxa pagã“.
Seu interesse em comprovar a teoria de que a Terra girava em torno do Sol, sua vida livre e a sua convivência com grupos de intelectuais (apenas permitido aos homens), serviram de argumentos a favor de sua acusação.
Porém, diversos historiadores alegam que a acusação de heresia à Hypatia tinha como alvo principal um ataque à Orestes, o governador de Alexandria, numa tentativa mal sucedida de Cirilo – o então Bispo, para forçar a sua conversão ao cristianismo.
E aí está o seu trágico fim. A acusação chega aos ouvidos de uma população enfurecida, cansada de conflitos religiosos, clamando contra os pagãos e a situação foge do controle. Hypatia é assassinada por religiosos fanáticos, aos 60 anos -aproximadamente.
Alexandria em declínio: Hypatia sustentava a vida intelectual?
Interessante é o fato de que logo após a morte de Hypatia, Alexandria entre em declínio, como se ela estivesse ancorando e sustentando a vida intelectual e cultural de sua cidade.
A cidade passa a ser governada pelo líder cristão – Cirilo, a vida cultural de intelectual de Alexandria dissolve-se, os alunos de Hypatia abandonam a cidade. Filósofos, astrônomos, matemáticos e cientistas se escondem e se apagam.
A tão rica Biblioteca de Alexandria (que já estava em parte destruída) é tomada por grupos cristãos fanáticos que terminam o “trabalho de destruição”, queimando obras de arte e os rolos (livros) que restavam, quebrando esculturas e destruindo diversos instrumentos e desenhos utilizados em pesquisas e aulas.
Muito conhecimento se perdeu. Muitas teses, teorias e debates, registrados em rolos, se foram.
Hypatia de Alexandria: teorias e realizações ousadas na antiguidade
A vida de Hypatia terminou tragicamente, porém seu trabalho permaneceu. Sua história seguiu com o tempo, deixando marcas profundas na ciência, na matemática e na astronomia.
Descartes, Newton e Leibniz expandiram seu trabalho.
Hypatia tem sua história contada no filme do diretor Alejandro Amenábar, cujo nome é “Hypatia de Alexandria“. Vale muito a pena ver esse filme.
Hypatia fez realizações extraordinárias para uma mulher em seu tempo. Filósofos a consideravam uma mulher de grande conhecimento.
Obras atribuídas à Hypatia
Como escrevi acima, nenhuma obra de Hypatia sobreviveu à destruição da Biblioteca de Alexandria. O único registro escrito por ela que chegou até os dias de hoje é um texto: “O Cânone Astronômico“.
Em algumas obras de outros autores da mesma época, encontram-se comentários e notas escritos por Hypatia, em colaboração com o tema abordado nas mesmas, costume muito comum na época.
Acredita-se que algumas obras de seu pai, Téon de Alexandria, teve a coautoria de Hypatia.
Frases de Hypatia
“Reserve o seu direito a pensar. Pensar errado, é melhor do que não pensar.”
“Compreender as coisas que nos rodeiam é a melhor preparação para compreender o que há mais além.”
“Governar acorrentando a mente através do medo da punição em outro mundo, é tão baixo quanto usar a força.”
“Ensinar superstições como verdades é uma das coisas mais terríveis.”
“Todas as formas religiosas dogmáticas são falaciosas e não devem ser aceitas por auto respeito pessoal.”
Mulheres Pioneiras no Blog Anima Mundhy
Honrando o Sagrado Feminino na Terra!
Tania Resende
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Embora pareça fábula, estou certo, ser verdade, maravilhoso…
MUITO INTERESSANTE A CONTRIBUIÇÃO DE UMA MULHER PARA A FILOSOFIA E CIÊNCIAS NAQUELA ÉPOCA. GRANDE APRENDIZADO
Fico feliz que tenha gostado, Telma!
Retorne outras vezes, pois estamos sempre com novidades.
Luz!
Gostei, façam + matéria sobre n mulheres,são mt injustiçadas.., sds.
Faremos!
Grata pela sugestão.
Parabéns Tania pelo texto. Hypatia foi realmente uma grande mulher para seu tempo e uma perda enorme para evolução humana. Quero seu texto por e-mail pois irá me ajudar em um trabalho que faço em minha cidade. Pode me enviar? somente consigo copiar link aqui no site. Desde já agradeço.
Por favor, escreva pra mim. Clique aqui
Gostei dr mais da pesguisa parabens,
Oi Samile,
Fico feliz que tenha gostado! Volte mais vezes!
Luzes,
Nego inventa fábulas idiotas e diz que isso é “história”. Ah, faça-me o favor! Isso tudo é vontade de denegrir a imagem da Igreja Católica? Sabem quais as chances dessa historinha ser verídica? -4 %.
1 – O modelo heliocêntrico só entrou em voga a partir do século XVI. Até então, era discutido como mera possibilidade, sem nenhum aporte matemático, que só veio a ser desenvolvido durante a idade média por Roger Bacon (século XIII).
2 – Condenações a fogueira era uma prática muito comum no mundo antigo. Como a própria matéria diz, não há sequer registro de conexão com essa suposta condenação e o fato da moça não ser cristã.
3 – Conversões forçadas eram combatidas pela própria Igreja. Gregório VII foi considerado anti-papa por não permitir a conversão forçada de judeus. Urbano III excomungou reis e nobres que forçavam conversões.
estudar um pouquinho e parar de contar história da Carochina na net ajuda muito. E escreve certo o nome desse blog de merda. é Opera Mundi, sem H e Y.
Vai estudar um pouco mais, Rodolfo.
Pesquise e assista ao filme sobre Hypatia.
Busque pelos documentário: História de HYpatia, da Biblioteca de Alexandria e os acontecimentos na Ágora; Carl Sagan – Hipátia e o fim de Alexandria e outros.
Veja os canais de história. E veja o filme: Ágora.
Bos sorte em suas pesquisas.
E ah! Anima Mundhy é um nome e escolhemos que seria escrito com D H Y no final.
Otmo conteudo,é uma pena que todas suas obras foram destruidas,não conheço nada sobre ela mas deve ter sido uma mulher fantastica!
Uma ” Ayn Rand ” da antiguidade.
Excelente matéria. Além dela, imagina quantas “Hypatias” não foram negligenciadas pela história?
Grande inspiração. Lamentável foi o modo como morreu. Vítima da ignorância e da atitude irascível da turba.
Sinto muito, mas NENHUMA DAS FRASES atribuídas a esta autora pode ser comprovado. Ela não deixou nada escrito, tudo se perdeu no incêndio da Biblioteca de Alexandria, como se sabe, mas o escritor estadunidende ELBERT HUBBARD no seu livro Little journeys to the homes of great teachers, as colocou na boca da filósofa neoplatônica, de FORMA TOTALMENTE ERRÔNEA E ANACRÔNICA
Entendo. Gostaria de saber como você tem essa certeza, se – como você mesma disse – muita informação se perdeu?