Rachel Carson: Cientista que Ajudou o Mundo a Construir uma Consciência do Meio Ambiente

Rachel Carson é homenageada na série: “Mulheres Pioneiras”!
Se você pensa que o tema ecologia e sustentabilidade ganharam destaque apenas há poucos anos, engana-se. Já nos longínquos 1930, habitantes deste planeta Terra despertaram-se para a necessidade de transformar suas relações com a natureza.
E um fato que poucos sabem, é que as primeiras ideias sobre ecologia e os primeiros alertas a respeito da ação nociva do homem sobre a natureza vieram de mulher: Rachel Louise Carson!
Apesar do nome pouco conhecido fora do meio acadêmico, Rachel Carson é considerada a responsável pela maior revolução ecológica nos Estados Unidos e, posteriormente, no mundo inteiro.
 
Rachel Carson: cuidados com a natureza desde a mais tenra infância!
Escritora, Cientista, Bióloga Marinha e Mestra em Zoobotânica, Rachel Carson viveu na Terra entre 1907 e 1964, cresceu numa fazenda da Pensilvânia – EUA e foi estimulada por sua mãe a amar e a respeitar a natureza ao redor.
Desde a infância se interessou pela vida selvagem e pensava nas relações do Ser Humano com o mundo natural.
Logo no início da sua carreira científica, Rachel Carson já expressava um modo muito diferente de pensar, para a sua época: “os Seres Humanos são parte da natureza e diferenciam-se dela apenas – e pincipalmente – no que se refere à capacidade de interferir nela, em alguns casos, de forma irreversível.”.
Escrever era sua paixão e suas habilidades literárias faziam com que suas pesquisas científicas fossem registradas numa linguagem acessível aos leigos. E assim, rapidamente, a pesquisadora em Biologia Marinha tornou-se conhecida, nos Estados Unidos, como uma escritora naturalista e científica.
Os seus três livros sobre os oceanos, uma verdadeira biografia da Biologia Marinha: “Sob o mar-vento” (1941), “O mar que nos cerca’” (1951) e “Beira mar’” (1955), fizeram enorme sucesso.
Rachel Carson também escreveu diversos folhetos sobre a conservação de recursos naturais e publicou vários artigos destinados a ensinar as pessoas sobre a maravilha e a beleza do mundo natural, incluindo “Help Your Child to Wonder” (1956) e “Our Ever-Changing Shore” (1957).
 
Da Vida Marinha para a Primavera Silenciosa
Preocupada com o uso excessivo de pesticidas químicos sintéticos, após a Segunda Guerra Mundial, Rachel mudou seu foco de pesquisa, decidindo investigar a questão do uso dos agrotóxicos e seus impactos no meio ambiente, a fim de alertar o público sobre os efeitos, a longo prazo, do uso abusivo dessas substâncias.
O DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) – inseticida de baixo custo, foi seu principal foco de pesquisa.
O DDT começou a ser utilizado na Segunda Guerra Mundial para eliminar insetos, especialmente com o objetivo de combater doenças transmitidas por mosquitos, como a Malária, Tifo e Febre amarela. Era pulverizado no ar, em meio a cidades, casas, jardins … sem nenhum cuidado com pessoas ou animais. Era largamente usado também por fazendeiros para controlar pestes agrícolas.
Em 1962, Rachel lançou o livro “Primavera Silenciosa”, cujo nome faz uma referência ao silêncio dos pássaros mortos pela contaminação dos agrotóxicos.
“Primavera Silenciosa” atraiu a atenção de muitos, desafiou as práticas dos cientistas agrícolas e do governo, incomodou indústrias químicas e envolveu toda a humanidade num apelo para uma mudança na forma como os Seres Humanos se relacionam com o mundo ao redor.
Usando uma linguagem que mescla pesquisa rigorosa com sua habilidade literária, Rachel aproximou o conhecimento científico do público leigo, levando o tema “agrotóxicos” para debates em todos os segmentos da sociedade.
“Primavera Silenciosa” teve impacto mundial instantâneo e ficou mais de dois anos nas listas dos livros mais vendidos. Devido ao sucesso do seu livro, a década de 1960 foi marcada pelo despertar dos malefícios dos produtos químicos na agricultura.
 
Rachel enfrentou a indústria química e o governo, sem desistir!

Obviamente, Rachel foi bastante atacada por cientistas ligados às indústrias químicas, que publicaram artigos questionando os resultados de suas pesquisas, procurando invalidar seus métodos, contradizendo as suas descobertas.
Foi vítima de comentários maldosos e preconceituosos, tais como: “freira da natureza”, “solteirona”, “feiticeira”, insinuando que ela deveria se calar apenas pelo fato de ser uma mulher. O governo a via como alarmista.
Apesar dos ataques da indústria química e de pessoas ligadas ao governo, Rachel corajosamente alertou o mundo e afirmou que “a humanidade é uma parte do ecossistema e está sujeita a receber as influências de suas ações nocivas na natureza“.
Testemunhando perante o Congresso Americano, em 1963, Rachel pediu por novas políticas para proteger a saúde humana e o meio ambiente.
Escreveu Rachel Carson: “Temos permitido que as mencionadas substâncias químicas sejam usadas sem que haja investigação alguma, ou apenas uma investigação insuficiente, quanto aos seus efeitos sobre o solo, a água, sobre a vida dos animais silvestres e também sobre o próprio homem. As gerações futuras não perdoarão, com toda probabilidade, a nossa falta de prudente preocupação a respeito da integridade do mundo natural que sustenta a vida toda.”
 
Resultados:
O DDT foi banido de vários países, a começar pela Hungria (1968), Noruega e Suécia (1970), e Alemanha e Estados Unidos (1972). Hoje, a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, assinada por cerca de 180 países, restringe o uso do composto a casos especiais, com controle e vetores de doenças.
No Brasil, a fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso do DDT foram proibidos em 2009.
Bem, antes tarde que nunca!
 
Percursora da Ecologia e das Ideias em Sustentabilidade

A consciência humana se modificou muito de 1962 até os dias de hoje, especialmente no que se refere à compreensão da importância das ações do homem sobre a natureza e no ecossistema do planeta.
Muitas ideias inovadoras continuam a invadir as mentes de pessoas que – mesmo sem se darem conta – continuam o trabalho que Rachel iniciou, buscando formas de preservar e restaurar a natureza, assim como insistem na transformação das relações da humanidade com a natureza.
Hoje, muitos Seres Humanos já compreenderam e aderiram ao modo de pensar de Rachel Carson: “somos parte da natureza e devemos respeitá-la“.
Rachel Carson contribuiu muito para a nova consciência em relação à natureza e ao ecossistema. Diversas ações de sustentabilidade foram semeadas por ela e atualmente estão conquistando, cada vez mais, um maior número de pessoas.
Rachel Carson é, com certeza, a precursora dos ecologistas e das ideias de sustentabilidade.
 
Amor à natureza e à todas as formas de vida: a Terra sustentável
O que me deixa bastante entusiasmada, é saber que Rachel Carson, apesar de muitos “ventos contrários”, conseguiu manter-se firme e forte, obtendo sucesso ao demonstrar suas ideias, acabou por ser ouvida e suas conclusões foram reconhecidas como verdadeiras, gerando – como consequência – diversas mudanças positivas no pensamento da humanidade.
O exemplo de Rachel me leva a crer que – apesar de muitos problemas ainda a serem resolvidos na Terra, nós estamos caminhando e a humanidade continua a conquistar progressos no cuidado com a Terra e seu ecossistema.
Não há, e nem haverá, nada que poderá nos impedir de nos transformarmos num planeta digno de uma 5ª dimensão.
Movimentos em defesa da natureza, dos animais, dos seres humanos e de todas as formas de vida são inúmeros e estão por toda parte.
 
Sei, confio e acredito que estamos rumando para um planeta totalmente sustentável, onde cada Ser Humano respeitará e amará as mais diferentes formas de vida.
Rachel Carson, cientista-mulher, pioneira na ecologia, trouxe para a Terra a compreensão da beleza e da integridade da vida em todas as suas formas de manifestação e continua a inspirar as novas gerações na proteção da Terra e de todas as criaturas vivas.
 
Assista ao Documentário sobre Rachel Carson


Gratidão, Rachel Carson.
Foi ótimo ter você entre nós!
Tania Resende
 
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